DESVIOS E PERVERSÕES DA SEXUALIDADE HUMANA
Ana Letícia Guimarães Souza Lima
Elifal José Mojalott Kallid
Luiz Fellipe de Souza Arteaga
Sidinara da Silva Sóris
Walcir Dione da Silva Ribeiro
RESUMO: Pretendemos neste artigo realizar um estudo descritivo sobre a figura das perversões que atualmente são chamadas de parafilias. Foi realizada entrevistas semiestruturada em duas pessoas. As parafilias são atitudes sexuais diferentes das aceitas pela sociedade, ou seja, são formas de prazer deslocadas para objetos não muito comum sócio-culturalmente. As pessoas parafílicas só obtêm prazer sexual pleno conforme a presença do objeto direcionado ou da forma diferente de tratar e/ou ser tratado a exemplo do masoquismo e sadismo. Elas se apresentam de várias formas, assim como a escolha seletiva de seus pares, comer/manipular certas coisas, o observar, o cheirar dentre outras. Neste artigo em questão, traremos estudos sobre masoquismo, sadismo, voyeurismo e ademais parafilias.
Palavras-Chave: Masoquismo. Parafilias. Perversões. Sadismo. Voyeurismo.
ABSTRACT: In this article we intend to carry out a descriptive study on the figure of the perversions that are currently called parafilias. Semi-structured interviews were conducted in two people. Paraphilia are sexual attitudes different from those accepted by society, that is, they are forms of pleasure displaced for objects not very common socio-culturally. The paraphilic people only obtain full sexual pleasure according to the presence of the directed object or the different way of treating and / or being treated as masochism and sadism. They present themselves in various ways, as well as the selective choice of their peers, eating / manipulating certain things, observing, smelling, among others. In this article we will bring studies on masochism, sadism, voyeurism and in addition paraphilias.
Kwywords: Masochism. Paraphilia. Perversions. Sadism. Voyeurism.
INTRODUÇÃO
As parafilias, eram comumente chamadas de perversões sexuais, são atitudes de cunho sexual diferentes das aceitas pela maioria da população, ou seja, . Pessoas que as praticam, acabam não tendo uma vida sexual dita normal e sua preferência sexual pelas perversões acaba tornando tal vida sexual em algo muito exclusivo seu.
Com exceção da pedofilía, todas as demais atitudes podem estar presentes em pessoas com a vida sexual ativa e considerada normal. Podemos considerar o desejo por essas perversões como sendo uma forma diferenciada de buscar prazer sem que seja caracterizada como um transtorno.
Para ser patológico, essa preferência deve ser considerada em grande intensidade e unicamente exclusiva, em outras palavras, a pessoa não consegue obter prazer como anteriormente e apenas a consegue satisfação apenas ao praticar as perversões. Essa exclusividade é assim caracterizada porque o indivíduo exclui aquilo que é dito como normal. Pessoas com parafilia podem ter apenas uma ou mais tipos.
Essas parafilias são praticadas apenas por uma pequena parte da população, porém como sua frequência é em demasia, ou seja, os comportamentos parafílicos se repetem e assim aumenta o número de vítimas de ataques.
Tais condições só serão levadas em conta como doença quando forem a única e exclusiva forma de sexualidade do indivíduo, e que a tentativa dele em procurar por outras práticas sexuais seja desfavorável ou falha, levando o indivíduo a continuar praticando esses atos.
MASOQUISMO
O termo masoquismo é uma referencia ao escritor austríaco Sacher Masoch, autor de “A Vênus das Peles” (1895), um romance que descreve o contrato realizado com uma mulher a qual amava, por seis meses ele seria seu criado. O romance descreve o prazer obtido à custa de sofrimento, tornando o nome masoquismo sinônimo de prazer obtido através da dor, podendo ser causada através da dor física ou moral.
Desde seu inicio no final do século XIX, suscita curiosidade apenas no contexto cientifico, a possível articulação da dor com o prazer causa perplexidade, tendo em vista que abrangem duas áreas, dor e prazer que são opostas somando com isso outras emoções assim como aflição, paixão, submissão dentre outras, essas sensações podem se combinar de tal maneira que sua coexistência mesmo que tida como contraditória, se torna indispensável na relação sexual do dominante e dominado.
Em 1886, Kraff Ebing publicou uma enciclopédia que teve como objetivo catalogar uma seleção de comportamentos sexuais que se desviavam daquilo que era considerado normal e natural. Dentre os comportamentos levantados um deles foi o “masoquismo”, usando como base Sacher Masoch. Surgiu como termo cientifico como uma aberração sexual, um obra que causou uma grande repercussão em toda Europa no século XIX (FERRAZ, 2008), vale ressalta que Ebing utiliza um parâmetro exclusivamente biológico da reprodução para definir os comportamentos sexuais desviantes, ou seja, todo prazer natural deve corresponder à preservação da espécie é todo comportamento que foge desse padrão deve ser considerado uma patologia sexual. (KRAFFT-EBING, 1895)
A partir dessa lógica Kraff Ebing (1886), define o masoquismo como sendo pratica sexual aberrante, sendo perfilada em vizinhança ao sadismo, cuja ambas tem um linha tênue entre dor e prazer, sendo que sadismo caracteriza-se pelo ato de incidir dor e humilhação ao outro e o masoquismo pelo prazer de se fragilizar e se submeter ao objeto amado. (KRAFFT-EBING, 1886/1895)
Freud (1905/1996) que leu as obras de Kraff Ebing (1886) considera o masoquismo como a mais comum das perversões sendo uma forma passiva, fazendo com isso link com o primeiro ponto de sua obra do Três ensaio (intitulada As aberrações sexuais), cuja lança a hipótese de que haveria: de um lado um componente agressivo autonomizado na sexualidade humana na qual o sadismo seria o representante mais claro, e de outro lado um comportamento passivo perante a vida e o objetivo sexual que seria o masoquismo, sendo assim ambas construíram características universais da vida sexual. Tendo isso em vista, Freud discorda de Ebing em relação a sua postura a perversão sexual como um desvio da função reprodutiva sendo para o autor legitima do instinto sexual, ou seja, Freud considera que a perversão será antes a evidencia de características de “exclusividade e fixação” no ato ou objeto substituindo integralmente o ato sexual normal. (FREUD, 1905/1996, p.153).
O masoquismo coloca-se como objeto ao outro que deve ser violentado seja emocionalmente ou corporalmente, o gozo só e completo consiste não apenas em ser violentado, mas em saber e perceber que a atividade e o lugar no qual eles foram colocados de dominação/subjugação fornecendo gozo também a quem violenta. Deleuze (1983) comenta em seu livro “Presentation de Sacher Masoch” “o contrato masoquista não expressa somente a necessidade do consentimento da vitima, mas também o dom de persuasão, o esforço pedagógico e jurídico pelo qual a vitima educa seu carrasco”, sendo assim o perverso apenas se coloca como objeto que serve ao desejo de outro.
Na estrutura perversa o objetivo é gozar, com o masoquista não e diferente ela apenas experiência de outra maneira sendo que o individuo se coloca numa posição de oferta ao gozo do outro, o gozo masoquista concentra-se na servidão e na obediência ao poder fálico do outro, que se dá através da subjugação, da maneira como é por quem domina, ou seja, como estabelece essa relaçã%3